A (difícil) arte da aceitação.
Boa parte do sofrimento advém da dificuldade que sentimos em aceitar as coisas tais quais são....
Abrir mão das exigências e expectativas, nos permite uma grande liberdade e quando nos rendemos de fato “ao que é”, passamos a ter à nossa disposição uma grande energia, para mudar, transformar ou curar, aquilo que antes e em primeiro lugar precisa apenas ser aceito.
Isto vale para pessoas, circunstâncias dolorosas ou adversas, eventos quotidianos, até para os nossos próprios defeitos humanos e seus efeitos em nossas vidas.
Aceitar não é concordar.
Aceitar não é “achar bom”.
Aceitar não é sequer compreender, as vezes, bem pelo contrário, visto que aquilo que em geral não é aceito está no rol das coisas que não podem ser bem explicadas e compreendidas.
Aceitar se parece mais com uma sábia rendição, o que permite um novo olhar, cheio de força...
E é aí que as pessoas se perdem em suas vãs divagações e interrogações diante “do que é”: Mas por que justo comigo? Por que logo hoje? Por que desta forma? Para aceitar é preciso abrir mão de outros conceitos, tais como: justiça, pelo menos da “estreita” noção de justiça que a maioria de nós tem.
Mas depois de aceitar... Ah! como tudo se alarga: daí sim surge integridade, resignação, poder de transformação, capacidade de cura, superação e infinitas possibilidades!
Destino, aquilo que escapa ao nosso controle e que nos trás lições difíceis, duras, ou pelo contrário, imensas e gratuitas alegrias.
Com o passar do tempo estas lições, se bem aprendidas, se revelam muitas vezes transformadoras, levando aquele que soube aceitar e lutar, a triunfar de um modo que jamais seria possível. É aí que muitos até agradecem aos tempos difíceis como os mais significativos para sua evolução ou aumento de qualidade e valor em suas vidas.
Por incrível que pareça, difícil também é aceitar o que vem fácil, fluido, intensamente feliz ou aparentemente “bom demais” para ser verdade. Há medo do castigo se aceitamos o que está acima da nossa avaliação do que é “merecido”. Então vemos as grandes confusões que nós mesmos provocamos, na tentativa de evitar os tempos felizes. Diante destes há apenas a grande coragem que advém da humilde aceitação e da gratidão.
Marise Sampaio Dias :: 2013
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ResponderExcluirGratidão, Marise.
Obrigada também Lilian!
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